domingo, 6 de fevereiro de 2011

Rádio Okapi - A Luta pela Democracia no Congo

A República Democrática do Congo, anterior Zaire, é o terceiro maior país de África, o mais populoso país francófono, e o décimo segundo mais populoso do Mundo. Falamos de cerca de 70 milhões de habitantes, salvo erro, todos eles filhos e filhas de um país dividido por guerras étnicas, corrupção, fome, HIV e carências de todo o tipo. A Morte é visita diária nas ruas e nos campos, onde carros-patrulha do Exército vagueiam à espera de uma oportunidade para extorquir dinheiro aos locais. "Esperamos que as Forças Armadas nos protejam, não que sejam os nossos carrascos", afirma o povo. A verdade é que o sistema já de si corrupto proporciona estas situações. O Congo está na lista negra da ONU no que toca ao desrespeito pelos Direitos Humanos, de tal forma que a palavra "Democrática" no nome do país dá uma sensação de muito grande contradição.

O ano passado, os congolenses puderam pela primeira vez em 40 anos votar livremente. Até que ponto essas eleições foram livres, não o sei, mas a verdade é que as ilegalidades e os "assédios", nome dado à extorção de dinheiro por parte dos soldados com a desculpa de serem taxas de passagem, continuam a acontecer todos os dias, em todos os rios, mercados e por vezes até em estradas secundárias! Os tanques verdes e os homens fardados dentro deles inspiram terror, frustração e suspeição por onde quer que passem.

O papel da ONU na regulação das actividades militares e de segurança pública tem sido até agora claramente insuficiente. Os poucos anos de democracia a que o Congo teve direito deixaram, porém, as suas marcas no povo, que não se cala perante as injustiças. "Já ninguém tem medo de falar e de dar a cara. Aqui, as pessoas sentem-se livres e dizem tudo o que se passa de errado", afirma um dos jornalistas da Rádio Okapi. Esta estação bate os recordes de audiência no país, e as pessoas que a ouvem acreditam que é uma forma de educação. À falta da escola, ouve-se a Okapi. É  a única rádio do país que fala abertamente de todos os casos de corrupção, violência e opressão. Tem oito ramificações que lhe permitem chegar até às localidades mais remotas, e a informação é incrivelmente actualizada e precisa. "Já me tentaram comprar, já me ameaçaram de morte e tive de pôr gradeamento em toda a minha casa, mas amo aquilo que faço e sinto que o faço não só por mim, mas por todos os congolenses que sofrem com as injustiças perpetuadas pelo Governo", diz.



NOTA: informações geo-políticas retiradas de www.wikipedia.pt.

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