terça-feira, 10 de maio de 2011

Perguntas e Respostas.

1. Em que século estamos?
RESPOSTA: Século XXI

2. Há quantos anos, aproximadamente, foi reconhecido estatuto de igualdade à mulher pela Constituição da República Portuguesa?
RESPOSTA: Há exactamente 35 anos, em 1976, após a Revolução dos Cravos de 1974.

3. Qual o nome de uma das fundadoras da Sociologia? Começa por H...
RESPOSTA: Harriet Martineau.

4. (silêncio pensativo) (rebuscando no índice do manual de Sociologia do 12º ano este nome - não encontrado) (procurando no capítulo respeitante aos primórdios da disciplina - não encontrado) (tentanto encontrar algo no capítulo da discriminação e das desigualdades sociais - não encontrado)...

RESPOSTA: Não será porque, nos dias de hoje, as instituições sociais continuam inevitavelmente presas ao passado, temendo por alguma razão a mulher como ser emancipado e capaz? A indiferença a que esta socióloga foi votada ainda viva, no século XIX, perpetua-se nos dias de hoje, sem que ninguém lhe preste a devida honra ou reconheça o seu contributo na luta contra a escravatura americana. O facto é que não existe no meu manual escolar uma única referência a Martineau, apesar de ela ter sido uma pensadora incontornável da elite intelectual inglesa na época vitoriana, e de os poucos artigos que consegui encontrar na Internet acerca do assunto o confirmarem. No fundo, acho que os valores da igualdade de géneros ainda estão muito verdes, para uma sociedade cujas normas continuam, em grande parte, presas nos anos 60, na moral puritana e redutora da mulher a um papel passivo. Continuamos presos a uma concepção patriarcal da sociedade, mesmo que inconscientemente: as nossas instituições sociais e políticas não estão a actuar eficazmente, de forma a igualar os contributos de homens e mulheres com base na sua qualidade, não no seu género. Este problema devia ser erradicado, ou pelo menos combatido, através do sistema educativo, que tem por obrigação incluir nos currículos as obras de autoras anteriormente ignoradas. Há que fazer uma revisão geral das ciências e das áreas do conhecimento das quais as mulheres foram excluídas em tempos passados, e reconhecer igual importância a cientistas e pensadores de ambos os sexos cujo contributo foi de igual forma decisivo nas suas áreas.

Podia estender este comentário à Europa em geral, e quem sabe ao mundo. Não preciso de olhar para todos os manuais escolares de Sociologia da UE para ficar a saber que esta socióloga não aparece na maior parte deles: basta-me pesquisar o seu nome no Google, e percebo que o número reduzido de páginas disponíveis acerca do seu trabalho é sintomático da pouca importância dada ao seu contributo no campo as ciências socio-económicas. É uma pena, já que Harriet foi a primeira na sua área de estudos a dar importância às práticas sociais em contexto doméstico e religioso, bem como ao estudo das falhas na política norte-americana, que desmistificou na obra Society in America. Martineau foi uma acérrima abolicionista, posição essa que consolidou na viagem de dois anos que fez pelos EUA e que inspirou as suas obras posteriores. Ela defendia uma mudança rápida e urgente nas mentalidades e nas estruturas político-judiciais, opondo-se a vários outros defensores da abolição da escravatura que defendiam uma via mais reformista e burocrática, através de um processo mais lento e gradual.

NOTA: Este comentário foi feito após uma pesquisa acerca de Harriet Martineau, a qual admito que não foi suficientemente apurada para que possa afirmar com toda a convicção certos factos, como quando afirmo que ela foi votada a "indiferença" no seu tempo. Na verdade, a Wikipédia e outros sites que visitei relatam uma infância de certas privações e uma fase de dificuldades económicas e a nível de saúde, já em adulta. Porém, no que respeita ao sucesso das suas obras e às críticas, as referências negativas são poucas, mas as restantes também não são propriamente esclarecedoras. Este post está, portanto, sujeito a alterações e a melhorias futuras.

sábado, 7 de maio de 2011

Ser Palhaço

Ser palhaço é pintar um riso numa boca triste.